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auschwitz

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O filme A Zona de Interesse dirigido por Jonathan Glazer e nossa visita a Auschwitz.

Em 2016, atendendo ao desejo da Sandra de conhecer o país natal de seu pai Stefan Pierzchalski (1931-1951), nascido em Katovice, viajamos para a Polônia, desembarcando em Krakov.

A Polônia é um país maravilhoso, lindo, fascinante. Quis o destino que o campo de concentração de Auschwitz fosse construído ali, bem perto de Krakow, e resolvemos visitar o campo em uma linda manhã de sol, calor e céu azul.

Encontramos grupos de turistas com roupas leves e coloridas, tudo limpo e manicurado. Tínhamos uma grande expectativa de como tudo isso nos impactaria, mas lá chegando não sentimos em nenhum momento algum clima de opressão ou desconforto pelo horror que ali ocorreu.

As áreas museográficas exibem em vitrines as roupas, os sapatos, os restos daqueles milhões de assassinados com rigor germânico. Fiquei particularmente impressionado com a exposição de vários documentos atestando o método alemão, tudo minuciosamente documentado e relatado, tratava-se de uma operação levada adiante com rigor científico.

Talvez o local mais soturno seja a escultura do memorial, em pedra bruta escura, com uma placa com estes dizeres:

Este lugar é sempre um grito de desespero e um aviso para a humanidade.?Aqui os nazistas assassinaram cerca de um milhão e meio de homens, mulheres e crianças.?A maioria eram judeus de diferentes países europeus.
Auschwitz-Birkenau?1940-1945

O excelente filme adicionou ao meu entendimento a chave que faltava para compreender como foi possível a ocorrência do holocausto. Uma mentira repetida um bilhão de vezes, ao longo de muitos anos, com método e rigor científico, e maciços investimentos em marketing e propaganda, aliados à ambição individual de poder dentro da rígida cadeia hierárquica do exército. Disciplina rígida e competência. E assim todos aceitaram a mentira e a tornaram um objetivo válido de vida.

Fica evidente, observando o personagem principal Rudolf Höss, comandante do campo de extermínio, a famosa frase da filósofa Hannah Arendt sobre a banalidade do mal. Ele agiu segundo o que acreditava ser o seu dever, cumprindo ordens superiores e movido pelo desejo de ascender em sua carreira profissional, na mais perfeita lógica burocrática. Cumpria ordens sem questioná-las, com o maior zelo e eficiência, sem refletir sobre o Bem ou o Mal que pudessem causar. Ele e sua família viviam ali, vizinhos do MAL como se nada fosse.

Fiquei particularmente impressionado pelos vários documentos atestando o método alemão, tudo minuciosamente documentado e relatado!

Talvez o local mais soturno seja a escultura do memorial, em pedra bruta escura.

Este lugar é sempre um grito de desespero e um aviso para a humanidade.
Aqui os nazistas assassinaram cerca de um milhão e meio de homens, mulheres e crianças.
A maioria eram judeus de diferentes países europeus.

Auschwitz-Birkenau
1940-1945


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